A sua qualidade de vida pode ser profundamente afectada quando vive com dor constante. A dor é uma das caracteríscas principais da fibromialgia. No entanto existem outros sintomas da fibromialgia que são preocupantes. Apesar das dificuldades que pode passar, é possível gerir a doença e um passo fundamental é entendê-la.
Este artigo oferece uma visão aprofundada da fibromialgia e da dor crónica, explora os seus diversos aspectos e impactos na vida das pessoas.
Neste artigo, irá encontrar:
- Uma descrição detalhada dos sintomas da fibromialgia: desde a dor crónica e fadiga até distúrbios do sono, cognitivos e emocionais.
- Uma investigação das diversas causas e fatores de risco da fibromialgia: que factores podem contribuir para o desenvolvimento da doença.
- Um olhar atento para as possíveis complicações da fibromialgia: como a fibromialgia pode afetar a saúde mental, física e social do indivíduo.

A fibromialgia manifesta-se através de uma vasta gama de sintomas, incluindo dor generalizada difusa, fadiga, perturbações do sono, problemas de memória e cognitivos, questões digestivas e várias outras manifestações que podem passar despercebidas.
Embora as causas da fibromialgia ainda não estejam totalmente esclarecidas, a sua realidade é indiscutível. A doença existe! Os sintomas e a sua intensidade podem variar ao longo do tempo, podendo haver períodos de relativa melhoria (remissão) ou agravamento súbito (surtos).
Categorias de sintomas da Fibromialgia:
- Sintomas de Dor
- Sintomas cognitivos
- Sintomas psicológicos
- Sintomas neurosensoriais
- Sintomas gastrointestinais
- Sintomas musculares e articulares
- Sintomas do aparelho reprodutivo
- Sintomas de falta de energia e problemas de sono
Sintomas de Dor:
O sintoma característico da fibromialgia é a dor generalizada, podendo variar ou flutuar de intensidade ligeira a incapacitante. Na fibromialgia o cérebro processa a dor de forma anormal resultando em diferentes tipos de dor:
- Parastesias: sensação cutâneas de ardor, adormecimento, formigueiros ou comichão.
- Alodinia: dor provocada por estímulos que normalmente não são dolorosos, como um toque suave, calor moderado ou frio moderado. Uma queimadura solar provoca este tipo de sensação em pessoas sem fibromialgia.
- Hiperalgesia: resposta exacerbada a estímulos dolorosos, caracterizada por uma amplificação da percepção da dor.
Em pacientes com fibromialgia é comum encontrar-se diferentes tipos de dor manifestando-se simultâneamente.
Sintomas cognitivos:
“Fibro Fog” ou nevoeiro mental ou nebelina cerebral é um dos sintomas mais frequentes da fibromialgia. Estes são os termos utilizados para descrever os sintomas e dificuldades cognitivas e mentais associadas à fibromialgia. Estes incluem:
- Problemas de memória: dificuldade em lembrar-se de informações recentes ou previamente aprendidas (esquecimento).
- Confusão: sensação de desorientação mental ou dificuldade em pensar com clareza.
- Dificuldade de concentração: dificuldade em focar a atenção e completar tarefas que exigem concentração sustentada.
- Dificuldade de pensamento: lentificação do processamento mental, tornando o raciocínio e a tomada de decisões mais desafiadores.
- Problemas de linguagem: dificuldade em encontrar as palavras certas ou articular pensamentos com clareza (disfasia).
- Desorientação: sensação de confusão mental ou perda de consciência situacional (dificuldade de orientação ou direção no espaço – topografagnosia).
- Problemas de processamento sensorial: dificuldade em processar informações recebidas pelos sentidos, como a audição (transtorno central de processamento auditivo) ou a visão.
- Dificuldades em realizar cálculos: dificuldade em processar números ou realizar cálculos matemáticos (discalculia).
É importante clarificar que a gravidade e a combinação específica dos sintomas cognitivos podem variar entre os indivíduos com fibromialgia. Alguns pacientes podem experienciar apenas sintomas leves e esporádicos, enquanto outros enfrentam comprometimento cognitivo significativo que afeta a sua vida cotidiana.
Sintomas psicológicos:
A fibromialgia acarreta uma carga mental e psicológica a longo termo. Isto explica, parcialmente a ligação com a prevalência de depressão observada em pessoas com fibromialgia. Os sintomas psicológicos da fibromialgia são:
- Depressão: É esperado que cerca de 86% das pessoas diagnosicadas com fibromialgia experienciem depressão major nalgum momento da sua vida.
- Ansiedade e ataques de pânico
- Transtorno de ansiedade generalizada
- Alterações de humor
- Irritabilidade inexplicável
Os estudo científicos apontam para que a fibromialgia e a alterações psicológicas estejam ligadas pois ambas implicam alterações observadas ao nível dos neurotransmissores no cérebro. Tanto a fibromialgia quanto a depressão maior envolvem alterações nos níveis de serotonina, noradrenalina e dopamina.
Sintomas neurosensoriais:
Devido à actividade anormal do cérebro também os estímulos normais resultam em sintomas neurosensoriais que incluem:
- Dores de cabeça
- Enxaquecas crónicas
- Tonturas e vertigens
- Desmaios (síncope)
- Sensibilidade à temperatura, humidade e pressão atmosférica
- Fotofobia (sensibilidade à luz): Luzes brilhantes, ecrãns ou padrões visuais complexos podem causar fadiga ocular, dores de cabeça e fotossensibilidade.
- Hiperacusia (sensibilidade ao som): Ruídos comuns, como sons de trânsito ou conversas, podem ser amplificados e provocar desconforto, fadiga ou até mesmo dor.
- Hiperosmia (sensibilidade ao cheiro): Odores cotidianos podem-se tornar irritantes ou até insuportáveis, desencadeando náuseas ou dores de cabeça.
Estes sintomas poderam estar relacionados principalmente com redes neuronais hiperactivas no cérebro e alterações ao nível dos neurotransmissores.
Webinar: O Cérebro e a Fibromialgia:
Sintomas gastrointestinais:
Os problemas digestivos são comuns em pessoas com fibromialgia. Cerca de 50%, ou mais, das pessoas com fibromialgia também sofrem de sindrome do intestino irritável. Tal como a fibromialgia também este problema intestinal parece ter raiz em alterações do sistema nervoso e imunitário. Sintomas gastrointestinais da fibromialgia incluem:
- Inchaço abdominal
- Náusea
- Cólicas abdominais
- Diarreia
- Obstipação
- Indigestão
- Flatulência excessiva
- Dificuldade para engolir (disfagia)
- Micção frequente
- Dor durante a micção
- Espasmos da bexiga
- Dor durante a relação sexual
A gravidade e frequência dos sintomas podem variar de pessoa para pessoa.
Sintomas musculares e articulares – uma visão diferencial:
Ao contrário da artrite, a fibromialgia não afeta diretamente as articulações, mas pode causar sintomas semelhantes. A maioria, e possivelmente todos os casos, envolvem os tecidos moles, como músculos e tecidos conjuntivos (tendões, ligamentos e fáscia). Sintomas comuns são:
- Rigidez e dor matinal nos músculos e articulações
- Espasmos musculares (fasciculações)
- Falta de força nas pernas
- Inchaço nas extremidades, mãos e pés
- Dor articular
- Disfunção da Articulação Temporomandibular (ATM)
- Dificuldade a engolir (disfagia) devido a tensão e rigidez muscular
Não tem de ter todos estes sintomas para ser diagnosticado com fibromialgia. Estudos sugerem que esses sintomas estão associados a uma maior incapacidade funcional, podendo resultar em lentidão ao caminhar, passos mais curtos e problemas de equilíbrio, similares aos observados na artrite reumatóide ou osteoartrose. Tudo isto influência negativamente a qualidade de vida dos pacientes com fibromialgia.
Testemunho de paciente com Fibromiagia:

Sintomas do aparelho reprodutivo:
Existem evidências crescentes que sugerem um papel importante das hormonas na fibromialgia, atuando potencialmente como gatilhos para sintomas ou consequências da própria condição.
Por um lado, as hormonas podem funcionar como gatilhos de sintomas:
- Ciclos menstruais: É comum observar uma piora dos sintomas de fibromialgia durante o período menstrual, sugerindo uma possível influência hormonal neste aspecto.
Por outro lado, a fibromialgia também pode desencadear desequilíbrios hormonais, afetando principalmente o sistema reprodutivo feminino:
- Dores menstruais intensas: Algumas mulheres com fibromialgia podem experienciar cólicas menstruais mais fortes e incapacitantes.
- Dor pélvica crónica: Dores persistentes na região pélvica são frequentes em pacientes com fibromialgia.
- Vulvodinia: Dor crónica na vulva, podendo causar desconforto significativo.
- Menopausa precoce: A redução precoce da função ovariana, levando à menopausa antes dos 40 anos, pode ser observada nalguns casos de fibromialgia.
Nos homens a fibromialgia pode desencadear:
- Impotência
- Disfunção erectíl
- Baixa líbido e desejo sexual
Estes sintomas normalmente não estão directamente associados com a fibromialgia mas com os sintomas psicológicos causados por esta e com os efeitos secundários dos medicamentos.
É importante salientar que a relação entre hormonas e fibromialgia ainda está sobre investigação e pode variar individualmente.
Falta de energia e problemas de sono:
A fibromialgia não se apresenta apenas com cansaço comum, mas com uma exaustão persistente que não melhora com o descanso. Isto é chamada de fadiga crónica e afecta cerca de 80% dos pacientes com fibromialgia. Essa fadiga crónica intensifica a sensação de nevoeiro mental (Fibro Fog) e desorientação, contribuindo para altas taxas de depressão. Estudos demonstraram que a fibromialgia está intimamente ligada à encefalomielite miálgica/síndrome da fadiga crónica (ME/CFS), compartilhando sintomas similares e possivelmente parte da fisiologia subjacente, ao ponto de alguns indivíduos apresentarem ambas as condições.
A fadiga é um dos sintomas mais característicos da fibromialgia, apresentado-se em quatro de cada cinco pessoas diagnosticadas. Muitas vezes, essa fadiga está associada a problemas de sono, formando uma combinação que, praticamente, garante a sensação de exaustão constante e desgaste.
Sintomas e distúrbios do sono:
- Sono leve ou fragmentado: sono superficial e frequentemente interrompido, prejudicando a qualidade do descanso
- Soluços hipnóticos (tremores ao adormecer): Espasmos musculares involuntários ao adormecer, perturbando o início do sono.
- Apneia obstrutiva do sono: Respiração irregular durante o sono, caracterizada por pausas e retomadas frequentes, levando à privação de oxigênio.
- Síndrome das pernas inquietas (SPI): Sensação desconfortável nas pernas que piora à noite, dificultando o relaxamento e o adormecimento.
- Insónia: Dificuldade para adormecer ou manter-se adormecido, resultando em sono insuficiente e não reparador.
O tratamento dos distúrbios do sono não apenas contribui para um melhor descanso, mas também pode amenizar outros sintomas da fibromialgia.
Testemunho de paciente com Fibromiagia:

Embora a fibromialgia seja uma condição reconhecida pelos especialistas e grande maioria das entidades de saúde, a sua causa permanece desconhecida. No entanto, os estudos sugerem que alterações no sistema nervoso central desempenham um papel crucial. Aqui vamos expor alguns factores que contribuem para o desenvolvimento da fibromialgia. Não abordaremos a fisiopatologia ou os seus mecanismos de doença. Os mecanismos e a fisiopatologia da doença são complexos e merecem um artigo exclusivamente dedicado a isso, algo que faremos em breve.
Existem diversos fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da fibromialgia:
- Genética: Pessoas com familiares com fibromialgia têm maior probabilidade de desenvolver a doença. Portanto, a ocorrência da fibromialgia em famílias sugere a existência de mutações genéticas que aumentam a susceptibilidade à condição. No entando ainda não foram identificados genes responsáveis pela fibromialgia.
- Infecções: Algumas doenças podem desencadear ou agravar a fibromialgia. Por exemplo, gripe, pneumonia, virús de Epstein-Barr, infecções gastro-intestinais como as cusadas por salmonella, Helicobacter Pylori e shigella.
- Eventos físicos ou emocionais: Trauma físico, como acidentes, ou stress psicológico prolongado podem ser gatilhos para a fibromialgia. Estudos demonstraram que desenvolvimento de fibromialgia poderá estar associado a stress-pós-traumático.
Investigação contínua:
Desvendar as causas por detrás da fibromialgia é crucial para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes. Cientistas continuam a investigar estas e outras causas, procurando compreender melhor as alterações neurofisiológicas envolvidas na dor crónica associada à fibromialgia.

Embora a causa exata da fibromialgia permaneça desconhecida, estudos identificaram diversos fatores que podem aumentar o risco de desenvolvê-la:
1. Sexo:
- A maioria dos casos diagnosticados são em mulheres, mas a razão dessa disparidade ainda não está esclarecida.
- Homens também podem desenvolver fibromialgia, embora em menor proporção.
2. Idade:
- O diagnóstico é mais frequente na meia-idade, com o risco aumentando progressivamente com o avanço da idade.
- É importante salientar que as crianças também podem ser afetadas pela fibromialgia.
3. História familiar:
- A presença de fibromialgia em familiares próximos aumenta o risco de desenvolvê-la.
- Isso sugere uma possível contribuição genética, embora a hereditariedade não seja determinante.
4. Condições associadas:
- Apesar de não ser uma forma de artrite, a fibromialgia frequentemente coexiste com a artrite reumatóide.
- Pessoas com lúpus também apresentam maior prevalência de fibromialgia, afetando cerca de 30% dos indivíduos com a doença.
- É, portanto, frequente a fibromialgia estar presente em pessoas com doenças autoimunes como a espondilite anquilosante, psoríase, tiroidite de Hashimoto, etc. Esta é a chamada fibromialgia secundária.
- Infecção pela bactéria Helicobacter Pylori pode desencadear e agravar os sintomas de fibromialgia.

A fibromialgia não se limita à dor crónica generalizada. Ela pode criar um efeito cascata de complicações que afetam profundamente a saúde física, mental e social dos indivíduos. É crucial conhecer as diversas formas de como esta doença se pode manifestar para procurar o apoio e tratamento adequados.
São consequências da fibromialgia:
- Depressão: A dor persistente, fadiga e sono de má qualidade podem contribuir para o desenvolvimento de sintomas depressivos, como tristeza profunda, desânimo e perda de interesse em atividades. Isto pode culminar no desenvolvimento de um diagnóstico de depressão.
- Ansiedade: A frustração de lidar com uma doença frequentemente incompreendida e os desafios do dia-a-dia podem levar à ansiedade relacionada com a saúde, incluindo preocupações excessivas e ataques de pânico.
- Demência: Estudos indicam que pessoas com fibromialgia apresentam um risco 2,77 vezes maior de desenvolver demência, incluindo Alzheimer.
- Morte prematura: O risco de suicídio é três vezes maior em indivíduos com fibromialgia, exigindo atenção especial à saúde mental e apoio psicológico.
- Infecções: A fibromialgia aumenta em 44% o risco de infecções, incluindo pneumonia, devido à fragilização do sistema imunitário que acontece devido à incapacidade física desenvolvida pela doença e a medicação usada.
A importância do apoio e tratamento para sintomas da Fibromialgia:
É fundamental que pacientes com fibromialgia recebam acompanhamento multidisciplinar integrado para lidar com as diversas complicações da doença.
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